Curso de Form–Ação em Educação Ambiental
e Agenda 21 Escolar: Formando Elos de Cidadania.
O trabalho não terminou quando a Agenda 21 Escolar
ficou pronta. Pelo contrário, apenas começou. Foram diagnosticados alguns
problemas e potencialidades e, para cada um deles, deve ser elaborado um
projeto de intervenção. As queimadas urbanas são o primeiro problema a ser
trabalhado no projeto de intervenção, que teve como título: O CIEP 424 Mobilizando Contra as Queimadas
Urbanas.
Outros projetos, no decorrer deste, devem ser
implementados para que os demais objetivos traçados na Agenda 21 da escola
saiam do papel e se tornem reais.
O Curso de Formação em Educação Ambiental e Agenda 21
Escolares: Formando Elos de Cidadania teve início em abril de 2007, e foi
desenvolvido em parceria com as Secretarias de
Estado do Ambiente, Educação e Tecnologia, sendo na Fase I executado
pela UERJ e pelo Coletivo Jovem do Rio de Janeiro, e agora na fase II, pela
UERJ e pelo CEDERJ.
O Curso tem como um de seus objetivos mobilizar a
comunidade escolar para a formação de parceiros com a comunidade do entorno da
escola, a vizinhança, para a construção coletiva de projetos e ações de
intervenção local, de modo a apoiar a gestão ambiental, o desenvolvimento
local, a conservação do ambiente e a promoção de sociedades participativas,
justas e sustentáveis.
No dia 31 de agosto de 2010, realizou-se a mostra
final de atividades desenvolvidas durante o curso 2009/2010. Foram entregues os
relatórios finais das atividades propostas pelo Projeto de Intervenção e
apresentado um painel indicando as fases do mesmo. Também neste dia foi
apresentada a palestra “Crise, Educação Ambiental e práxis de Intervenção” pelo
Professor do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, Mauro Guimarães, autor de vários livros sobre Educação Ambiental. A
Profª Drª Marilene de Sá Cadei, da Universidade do Estado do Rio De Janeiro,
coordenadora do curso, também estava presente.
Todas as atividades e encontros presenciais foram
acompanhados pela Prof.ª Sabrina Bessa da Costa Ferreira (Tutora do Pólo Rio Bonito).
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1º Momento do Projeto Intervenção da Agenda 21
Escolar: Plantio de mudas de Pau Brasil
Queimadas urbanas são um crime
ambiental muito frequente. Representam uma preocupante fonte de poluição, em
grande número de municípios brasileiros, inclusive no município de Itaboraí.
A
conseqüência imediata das queimadas e das fumaças é a drástica elevação dos
atendimentos de urgência nos prontos-socorros, nos órgãos de saúde do
município, em especial durante o inverno. Cerca de 1,6 milhões de pessoas
morrem, anualmente, no mundo, em conseqüência da queima de lenha, carvão,
esterco seco e gravetos, para cozinhar, aquecer e iluminar moradias. No Brasil,
4 100 pessoas morrem, por ano, devido à fumaça gerada pela queima de lenha,
para cozinhar. Por esses e vários outros motivos, não se deve queimar. A queima
transforma o lixo, que é de um, num problema para todos. Deve-se sempre evitar
o desmatamento e realizar plantio de árvores para melhorar a oxigenação do ar.
O
plantio de mudas de Pau Brasil teve como objetivo não só melhorar a oxigenação
do ar como também levar os alunos a conhecer e reconhecer a importância desta
árvore para a nossa história, pois, atualmente, a espécie está tão ameaçada quanto
diversas outras que compõem a Mata Atlântica.
As mudas de Pau Brasil
plantadas com os alunos, tendo sido doadas por alguns funcionários e pelo
Gestor Executivo em Meio
Ambiente da Action Shop Serviços Ambientais, Arthur Prohmann
(Foto 1, explicando aos alunos a filosofia do projeto), parceiro voluntário do
Projeto Meu Querido Pau Brasil. O objetivo do projeto, organizado pela ONG
Instituto Casa do Pau Brasil em parceria com o Colégio São Vicente de Paulo, é
plantar um milhão de mudas de Pau Brasil em colégios públicos e particulares em
todo o Brasil, até 3 de maio de 2011 - quando se comemora o dia desta espécie
de árvore. O lançamento da campanha foi no dia 21 de março de 2010. A cerimônia foi
realizada pelo Padre Lauro Palú, Diretor do Colégio e entusiasta do projeto.
O projeto é baseado na seguinte filosofia, dita pelo
Pe. Lauro: “A primeira atividade econômica realizada em solo brasileiro foi a
extração do Pau Brasil. Em menos de 100 anos, milhares de portugueses
dedicaram-se a este negócio, que consistia basicamente em desmatar as florestas
de Pau Brasil e levar sua madeira para Portugal, onde esta era comercializada
para o resto da Europa. Ao final deste período, o Pau Brasil já estava próximo
da extinção. Estes portugueses e seus contratados eram chamados em Portugal de
“brasileiros”.
Brasileiro, portanto, antes de ser uma
nacionalidade, era uma profissão, tal qual sapateiro, padeiro, engenheiro e
pedreiro. Uma profissão ligada à depredação, rapinagem, destruição e exploração
irresponsável e inconsequente de recursos naturais. Com o tempo, aqueles que
aqui nasciam começaram a ser chamados de brasileiros, pois eram oriundos da
terra da onde vinha o Pau Brasil, ou da terra do Brasil.
“Brasileiro” tem na sua origem etimológica e
simbólica a marca da destruição. Esta marca nos caracterizou como um povo que,
inconscientemente, destrói florestas, rios e diversas espécies de animais, em
nome de interesses mesquinhos, egoístas e fúteis. Está no nosso DNA como povo.
Os outros ciclos econômicos que se seguiram ao ciclo do Pau Brasil não deixam
dúvida disto.
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O projeto Meu Querido Pau
Brasil pretende, através de uma grande ação de educação socioambiental,
“substituir” de maneira simbólica o gene destruidor do nosso povo por um gene
plantador e preservador de florestas e amigo do meio ambiente. Ao empreender
uma ação que envolva todos os brasileiros em torno do plantio do Pau Brasil (e
de outras árvores), queremos despertar no brasileiro o sentimento de
responsabilidade pelo meio ambiente, tornando-o um parceiro da natureza e não o
seu algoz. Corrigindo o primeiro desastre ambiental ocorrido no Brasil, quando
nosso país ainda estava em fase de formação, pretendemos abrir caminhos para o
nascimento de um novo sentido para a nossa nacionalidade. Já que somos uma profissão,
que seja uma profissão de construção de um mundo novo.
O projeto visa que, em um
futuro próximo, os brasileiros se reconheçam e sejam reconhecidos como um povo
que semeia árvores e planta florestas” .
As fotos dos alunos do CIEP
424 Pedro Amorim, bem como as dos alunos da Escola Municipal João Augusto de Andrade podem ser vistas no
seguinte endereço: http://www.meuqueridopaubrasil.org/eventos/itaborai
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